> 25/07/2270; plano etéreo; Universo 255-P
Stanley ficou no plano etéreo, ele ainda tinha comida e água para uma semana, isso porque ele sempre deixa uma reserva de alimentos na nave, e o rádio Plambers estava funcionando. O computador e o Tamafone dele não têm mais internet, mas ainda tava para ele jogar alguns jogos offline que salvam a memória no dispositivo, e ele inclusive tirava fotos daquela tal escuridão que tinha nas janelas.
No começo ele estava assustado, preocupado, chorando de medo, quando ele ouvia ou via aqueles Noiralf passando, ele se escondia, e ele usava o relógio da nave, que não parava de funcionar, para contar as horas, para ele pareciam 9 horas, e ele comia um pote de sorvete de abacaxi-lima estereano, um dos sabores mais apreciados do seu planeta, e improvisava uns Timbalis para comer algo salgado, e para se entreter ele jogava Ion Blaster, um jogo shoot'em up com naves ao estilo 16-Bits, 2D pixelado com um vago 3D que funciona como o Mode 7.
O oxigênio decaiu bem pouco, e ajustando o sistema de ventilação, Stanley acionou o modo "oxidossíntese", em que começa a reciclar 60% dos gases no ar que possuem oxigênio, para manter o oxigênio puro no ar, não são todos os gases que são removidos para garantir que não sobrecarregue de oxigênio a longo prazo, o que seria um equivalente a uma overdose desse gás. Tudo bem, o Stanley está acostumado a viver no espaço, já subiu montanhas, mas mesmo assim isso só deixaria ele mais vulnerável a um excesso de oxigenação.
Passam-se num total 12 horas, e Stanley pôde tirar uma foto daquelas criaturas, mas afetado pelo sono, ele ia para os fundos, onde não poderia ser visto por aquelas coisas, e dorme em uma cama que tem no quarto, usado apenas para casos de viagens longas ou estadias sem uma casa ou apartamento.
> 28/07/2270.
Sr. Stanley passou esses dias calculando uma forma de economizar aqueles alimentos, anotando o que passava em uma agenda que tinha no seu Tamafone, tinha menos medo de olhar pela janela mesmo quando, não só Noiralfs, mas criaturas bizarras do plano etéreo passavam por ela, porém, seus olhos cansavam muito conforme ele olhava a longo prazo para aquele nível de escuridão, tanto que Stanley nem sabia se a nave estava brilhando o suficiente para qualquer coisa naquela escuridão ficar visível, ou se aquelas coisas tinham algum nível de bioluminescência, seja ela biológica ou sobrenatural.
Nesse dia em particular, ele comia duas barsiblans e tomava um remédio, para poder usar menos vezes o banheiro, o tanque instalado para armazenar os dejetos do banheiro poderiam se tornar um problema, embora que a nave possa usar a gravidade pra pressurizar, caber mais necessidades e até mesmo reduzir a emissão de gases e fedor. O pouco metano que tinha, o Stanley ajustava os dispositivos para processar tal gás em energia extra, já que como ele não sabia quanto tempo iria ficar, ele precisava garantir que pelo menos não acabe a energia da nave, já que ele não recarregou depois das últimas viagens, diferente de como costumava fazer.
> 01/08/2270.
Stanley estava com apenas três salsichas, um pão velho e batatas fritas pré-prontas, ele fritava tudo menos o pão, e via que só tinha uma última garrafinha de água, com 15 mL sobrando, mas além de pouco, Stanley não aceitaria beber água com guloseimas, ele preferia comer a seco, no máximo amassando uma das salsichas e misturando com essa água para fazer um molho, ele conferia mais na geladeira, e achou pimenta, algo que ele não gostava e era muito seletivo na hora de aplicar, e ele picava e misturava em pedacinhos com a água e a salsicha, e esquentava em um forno, e depois, colocava junto com as salsichas que estavam inteiras, enquanto fritava as batatas em um forno air-fryer, e então, ele colocava tudo na preparação, era o Timbali mais duvidoso e arriscado que ele fez, ou ia ser a pior última refeição naquele mundo, ou ia ser uma luz no fim do túnel.
Depois de comer, ele escovava os dentes, que inclusive, a pasta ainda durou bastante, sobrou muito, isso porque o Sr. Stanley tinha só dois momentos, naquele naufrágio espacial, que ele escovava os dentes diariamente: Uma após o café da manhã; E outra antes de dormir. E então, pra não precisar sentir a sua fome, Stanley dorme o que parecia ser a sua última vez.
> espaço sideral.
Stanley acorda no que parecia ser uma das estações espaciais da O&S, não foi a própria Otasha que orquestrou o resgate, já que ela estava bem ocupada com algo ainda mais megalomaníaco, deixando as operações com os Perdidos para outras corporações ainda interessadas, mas a nave em que Stanley estava foi resgatada depois de uma expedição espacial naquela dimensão, e provavelmente a luz daquela nave fez a própria resistir por tanto tempo à Escuridão Pura.
Dr. Shiro examinava a nave, parecia digerida nas regiões menos iluminadas, e Sr. Stanley se machucou, claramente pego acidentalmente pela escuridão e descobrindo os danos daquela anti-luz completa. Stanley era colocado numa cápsula com um líquido regenerativo, por onde o Stan era curado, as poucas feridas graves eram fechadas, o cabelo e pelos voltam ao normal, e no máximo fica uma cicatriz parecida com o que sobra de uma queimadura, porém qualquer dor e dano já havia sido sarada, o Stanley foi curado. Depois disso, Stanley era tirado da cápsula, uma roupa nova era vestida nele, e o gigante gentil laranja conversava com Dr. Shiro.
Stanley: O que aconteceu?
Shiro: Eu descobri que esses Noiralfs eram possíveis de convencer e negociar, aí com ajuda deles eu investiguei o que era aquela dimensão que se abriu, aí no caminho acharam a sua nave. Eles levaram de pouco em pouco até ficar no nosso alcance, a Agência Galáctica até ia se oferecer pra interceptar, mas... eu resolvi o resto.
Stanley: Então aquelas coisas estranhas que cês tavam falando são... as mesmas que me salvaram?
Shiro: Sim, inclusive descobri que eles conhecem uns amigos meus. Vamos consertar essa nave, e aí você vai pra casa normalmente.
Continua>>>
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