Júlio e Maria

[Vou aproveitar o episódio com algo de dia de finados pra poder também fazer um episódio para ilustrar os personagens que faltavam lá da minha carta anterior sobre o Chat GPT]

> ??/??/2258; Botucatu, São Paulo; Universo 600XD
 Lá estão os dois, uma garota jovem, mais alta que as outras, de pele parda, cabelos lisos e olhos cor-de-mel, destacada por ser linda, inteligente e carismática com garotos e garotas, tirava 10 em Matemática, Inglês, Mandarim e Arte, e ela era amiga do garoto que parecia exatamente o oposto dela. O garoto era baixo, magro, tinha uma pele muito pálida, os dentes eram bem tortos, os olhos e os cabelos escuros, mas o cabelo ainda era castanho e liso, bem curtinho, era desarrumado e também tirava poucas notas boas, geralmente, em Educação Física e Biologia, e estudava inglês porcamente, o máximo que ele sabia era verbos to be e to do, e poucos advérbios.
 Muitos acharam que a garota, chamada Maria Antonieta Melo, ia ter um grande sucesso, como uma advogada, ou médica, ou dona de uma empresa própria, e o garoto, Júlio Pedro Afonso, iria falir ou no mínimo trabalhar servindo pedreiros em obras, mas depois da formatura, tudo mudou. Eles tinham 13 anos nessa época, e a história atual deles é quando eles já estão nos 21.

> ??/05/2270.
 Os dois já estão casados, logo após 3 meses de namoro e um tempo juntos que eles não calcularam, e era um namoro aberto, a Maria tinha laços profundos até de mais com os seus colegas no trabalho, que ela opera na administração em uma empresa pequena local, das 12:30 às 17:30, embora ela volte às 17:50 por ir e vir caminhando, no máximo pegando carona por Uber, e fazia exercícios físicos em uma academia local que, por ser mais longe, ela vai à mesma às 6:30 com carona de moto do Júlio.
 Falando no Júlio, este ajuda as tarefas diárias das 6:10 às 7:30, trabalha em uma lanchonete vagabunda, mas muito próxima do bairro onde eles moram, das 8:00 às 16:00, e junto com Maria, fazia o almoço e o jantar, e durante a ausência da Maria em casa, Júlio gasta um tempo assistindo aos serviços de streaming no apartamento, ou reúne com amigos no condomínio pra tomarem uma, e só pra não ter problemas, já que o Júlio é muito mala e estressado quando fica bêbado, ele é o único que não bebe, sempre preferindo um refrigerante de guaraná que é, visualmente, parecido com cerveja.
 Às 17:50, Júlio e Maria sempre se encontram, assistem, jantam, e relaxam juntos sob o entretom, e Júlio, acostumado com a pontualidade da Maria, aprendeu a sempre chegar e estar em casa mesmo quando ele próprio sai de casa pra curtir e esperar.

> 31/10/2270.
 Um dia de Halloween chega, e eles fizeram alguns doces pra comemorar em casa, como brigadeiros em forma de vampiro-morcego, doces de leite com rostinho de monstro-de-Frankenstein, ponche que eles fizeram com base em tutoriais de internet, pra colocar na brincadeira que era sangue, também fizeram artesanatos em forma de Sacis, Curupiras e Mulas-sem-Cabeça pra satisfazer os hipócritas que chamam Halloween de "Dia do Saci" enquanto ficam comparando o próprio país com os Novos Estados Unidos e a Eurásia por motivos econômicos. O brasileiro gosta de reclamar quando lhe convém.

> 02/11/2270.
 O dia de finados ocorreu normalmente, eles visitavam o avô e os bisavós do Júlio, e também os tios de Maria, chamados Eliseu Lima Melo e José Leite Melo, da parte paterna da família, porém, logo quando eles estavam saindo, um espírito estava começando a se emergir em um corpo artificial, um avatar, os ossos rachados e ruídos iam se reconectando, a carne decaída se restaurando, e o corpo escavava no chão e, saindo dali, vagava pelo cemitério, até sair.
 O espírito era encarnado de Drake Shwarzenegger, que embora tivesse morrido em outro lugar do mundo, nos Estados Unidos em um corredor da morte no dia 28 de Novembro, e superado a morte à força durante seus 400 anos no mundo dos mortos, ele precisava criar seu avatar em um receptáculo que pudesse formar ossos, algo que não seria possível no Hemisfério Norte, já que havia muitos funerais com cremação, impedindo ele de encarnar em algo tão deteriorado como pó.
 Drake ia passando ao redor das calçadas, e quando ele passa na rua, ele é atropelado, puxado pelo caminhão e, mesmo quando o caminhão para pela anormalidade encontrada nos pneus, não por um freio, mas pela própria ação do Drake, que pressionou a gravidade para, quebrando o caminhão, fazê-lo parar, e usando a escuridão, ele não era visto. Ele está invisível, vagando e atravessando as ruas, até que ele encontra um condomínio, e cruzando esse condomínio, ele era interrompido por guardas que tentavam o parar, balas e ordens eram inúteis, e o homem contra atacava com pequenos buracos negros que esmagavam os guardas, ou o corte necromântico da Garra do Demônio, que a cada corte que ele acertava, ele ficava mais forte, até que chamam a polícia militar, mais armada e mais preparada.
 Júlio e Maria iam ter um momento de paz, indo aproveitar um arroz com estrogonofe de frango com cogumelos e batata palha, e são infortunados com uma barulheira, e um alerta que mandava trancar as portas e fechar as janelas. Maria fechou e trancou as janelas, e Júlio fechou, trancou e deixou o pega-ladrão mecânico (que os do Primeiro Mundo usam uma versão eletrônica mas... quem vai hackear um pedaço de metal?).
Maria: Será que passou uma quadrilha aqui?
Júlio: Provável.
 Enquanto Drake passava dificuldades com a polícia – e depois de derrotado, desaparecia, enquanto fingia de morto ao se decompor no meio de uma escuridão elementar pura –, Júlio e Maria almoçavam "em paz", e de som de fundo, tinha a televisão passando notícias sobre a Guerra da Somália, uma guerra civil que ocorreu depois do presidente da Somália ser morto por piratas e o país se tornar uma anarquia, porém, logo 1 minuto após o almoço, a notícia mudava para o que aconteceu logo no condomínio, e os dois ficavam assustados em saber que um espírito estranho havia sido revivido e, pelo que a notícia dava a entender, morrer tão brutalmente.

> 05/11/2270.
 Drake havia sido capturado pelo construto de Muramasa com sucesso, e enquanto isso rolava, Maria e Júlio resolviam fazer hora extra, trabalhando 4 horas no sábado. Maria não tinha academia no fim de semana, e decidiu levar as horas extras pro horário de manhã, enquanto Júlio a levava de carona assim como levava à academia, em sua moto elétrica carregada com energia solar, que inclusive o Júlio a usa para também ir à lanchonete que trabalha. Lá paga pouco e era uma lanchonete caindo aos pedaços, mas era pelo menos legal de interagir com os clientes e colegas, e por isso, diferente do tempo de escola, Júlio conseguiu amigos trabalhando.
 Já a Maria trabalha na Banacol, uma empresa polivalente que opera na fabricação de carros, vans, ônibus, caminhões e também máquinas para trabalhos intensivos de capital, como motosserras, serras elétricas redondas, equipamentos manuais como martelos, serrotes e chaves inglesas, phillips e de fenda. No trabalho ela sempre conseguiu companheiros pela sua beleza, porém, por ser mais competente do que pensam, as pessoas ainda tinham respeito por ela, além dela usar da sua fama para também, não só organizar as tarefas, mas liderar os projetos em grupo, e isso a aproximava de alguns dos colegas, como o Ricardo Felipe de Souza, conhecido como "Ricardão do Saveiro".
 Ricardão é grande hierarquicamente, forte, e também mais alto que a Maria, e ele normalmente estava organizado com sua camiseta verde sempre amassada, macacão jeans azul e um capacete de segurança que, embora fosse por segurança da fábrica, ele aproveitava para esconder as entradas que ele nunca tratou, e que, fora do trabalho, ele sempre cobria com um boné genérico.
 Maria sabia que o Ricardo era um bom homem, mas ele era bem chato, e dava muito encima dela, se declarava muito, e fazia 60% dos projetos, junto com os 30% da Maria e os restantes dos restantes, só pra agradar ela, mas ele era sempre recusado, afinal, mesmo o relacionamento sendo aberto, e Ricardo e Júlio se conhecendo, o Ricardo era o único que o Júlio odiava, já que, diferente dos outros colegas, como Alberto, José Lima e Geraldo, o Ricardo não só queria uma relação fofa com ela ou preencher temporariamente o vazio que Maria sentia de tarde, e sim substituir o Júlio na relação, porém, algo inesperado acontecia.
 Ricardo estava pregando as peças de um dos caminhões a serem montados, com uma pistola de pregos, porém, a pistola trava, Ricardo tentava de novo, e nada, e quando ele foi olhar a arma de frente, ela acerta bem no seu rosto, e ele morre de uma só vez, e o registo, de 37 anos sem acidentes, era zerado.
 Maria não tinha lá uma relação saudável com o Ricardão, mas não ao ponto de querer que isso acontecesse, e então, todos saíam do trabalho mais cedo, e Maria avisava Júlio sobre o ocorrido, e que ela vai acabar chegando em casa mais cedo. Os dois se encontram em casa, Maria estava com os pés machucados por usar o par saltos altos por muito tempo, e Júlio cuidava dela, massageando e estralando os pés, e passando uma pomada refrescante, era apenas um tratamento pra uma dor que estava tendo no momento, mas foi tudo tão bem feito que soava como tudo o que ela estava precisando.
 Depois disso, a vida deles ainda seguia normalmente.

Continua>>>