Star Runner 44

> 02/10/2254; espaço sideral; Universo 255-P
 A Via Láctea, mesmo tão pouco descoberta, ainda abriu um grande caminho para o avanço da humanidade. Entre os trabalhadores, vamos focar no Sr. Stanley, da fábrica de eletrônicos espacial, trabalhando na operação de plambers genéricos para a Vegsir, uma empresa æsir com alto domínio sobre a ceudaterraosfera da Via Láctea, e que junto com o projeto do neo-capitalismo arquitetado pelo 03, trouxe bilhões de empregados.
 Stanley tem 3 amigos, gordos segundo a média de peso entre os humanos espaciais, ou seja, muito acima do peso mesmo claramente tendo um corpo mais musculoso e denso, inclusive, etnias têm partes do corpo maiores e mais musculosas, como os de Proxima Centauri C (braços, dos ombros até as mãos), Stereo (ombros, coxas e quadril) e a Constelação de Andrômeda (a cabeça e os pés), inclusive um dos amigos dele, Louis, tem mãos tão grandes que seus dedos já foram comparados com genitais de terrestres.
 O Sr. Stanley, por sua vez, é um humano de pai marciano e mãe proxima-centauriana, naturalizado estereano, assim o dando uma aparência bem intermediária, com cabelos ruivos, olhos âmbar, pele escura com partes albinas, e seu uniforme como operário é uma roupa preta justa e fina, feita para ser a mais barata possível e ao mesmo tempo muito eficiente, e trabalhando lá, ele monta as peças dos plambers de uma em uma, embora não por ele mesmo, e sim por uma máquina que ajusta as peças. Um plambers é composto por um rádio de carbono (um rádio bem pequeno feito principalmente de grafeno, reforçado por metais para garantir proteção das partes centrais, o que atrapalha em parte o seu tamanho) no centro, como se fosse o núcleo e um detector magnético (colocado no cabo do aparelho, que serve para sinais interplanetários - seja os sinais de rádio comuns ou aqueles que os superfones usam para enviar mensagens - e pode ser usado para alertar radiação, em um sistema de defesa automático) no sistema interno, unidos por um mini computador que se recarrega automaticamente durante o tempo sem uso, enquanto por fora tem uma capa naturalmente bege, de um plástico de modelo construído em Órion, assim como os Tamafones, e na ponta do cabo há uma espécie de esponja, que pode ser usada para limpeza ou para esconder e proteger o detector magnético, e do lado oposto ao que o rádio está exposto e tocando músicas alienígenas em toda a sua glória, tem um cabo por onde é possível pendurar o material, e assim, temos algo bem próximo de um Plumbus.

 Esse material, junto com os tamafones (telefones circulares de comunicação interestelar), toalhas (toalhas comuns, multi-tarefas para um aventureiro do espaço) e as pastas de comida (como essas que Naej, Tifanny, Isa, Ju e Otasha usam), é um dos materiais mais úteis para uma jornada nas estrelas, seja um navegador profissional ou um mero "mochileiro das galáxias" (como o povo espacial chama em homenagem aos livros do genial autor Douglas Adams, referido para viajantes amadores do espaço), e o Sr. Stanley tem 3 plambers para o seu cotidiano: um para ouvir música no trabalho; outro para ouvir partidas de busterball durante a sua viagem de Stereo para a indústria da Vegsir; e o terceiro para ouvir música enquanto lava a louça em casa, fazendo as duas ações com a mesma ferramenta considerando que isso é possível.
 Depois de 2 horas de trabalho ouvindo música eletrônica ariana, em um lugar limpo e cheiroso, na estação espacial mais pacífica da empresa e se dando bem com seus amigos, sem nenhuma falha na fábrica, ele vai embora em sua nave, curtindo a jogada de busterball entre os Dreißigtausens de Aldebarã e os Devas Vermelhos de Zeta Leonis, e parecia que a equipe da estrela de Touro estava indo bem na jogada.
 Busterball é um jogo praticado por jogadores interestelares, desenvolvido pelas flamígeras, mas foi espalhado entre os povos, ao ponto de ter ligas galácticas, ele se baseia em jogadas de uma única rodada cada, em que os jogadores manuseiam uma bola de 5 quilos, feita geralmente de couraça (um tipo de couro extra curtido, criado pelas flamígeras desde as primeiras civilizações, tem textura e resistência de borracha de pneu de trator), carregando pelas mãos e lançando-a entre os jogadores, e por isso, os jogadores eram tão fortes que alguns também são disponíveis como soldados, incluindo mulheres, intersexuais e não-binários (chamados por eles de muxes), e claro, existem 3 categorias (masculino, feminino e intermédio(esse terceiro envolvendo não-binários e intersexuais, ou homens e mulheres de força mais igual)).

 O jogo só tem uma rodada por jogada, sem direito a segundo tempo, tendo tempo máximo de 30 minutos helianos (equivalente a 33 minutos terrestres) e também sendo encerrado se uma única pessoa marcar um ponto, atingindo no campo inimigo o que os flamígeras chamavam de "anel", devido à sua forma de anel com cerca de 90 centímetros de diâmetro, e 20 centímetros de espessura, dando espaço para marcar o ponto, mas mesmo assim sendo difícil de passar, porque não era de frente como no futebol, comum ou americano, ou basquetebol, mas sim de lado, como o ulama mesoamericano. Por essa dificuldade, junto com a determinação dos jogadores a proteger o seu campo e atingir o adversário, o jogo leva de 15 a 24 minutos, com marcha de erro de 10 segundos, e em jogos tradicionais, é servido um energético, hoje em dia vendido em esquina como se fosse um xarope pra tosse, que aumentava a força e coragem da pessoa, servido num copo do tamanho de um copo de remédio, e assim, motivando mais os jogadores e jogadoras para um jogo mais dinâmico, esse energético é chamado de "ulamina", ou "poção do frenesi".
 Chegando em casa, Stanley guarda seus plambers para deixar recarregando, ou no caso, descansando, enquanto assiste a uma novela, quieta, tranquila, com tema cotidiano.

Fim!